01/12/2018
Dia Mundial de Luta contra a Aids: Oito mitos
sobre o HIV que foram derrubados
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Infecções pelo vírus HIV são um problema grave para a saúde
a nível global, já que, segundo a OMS (Organização Mundial
da Saúde), 35 milhões de pessoas já perderam a vida por
causa da doença. No ano passado, foram quase 1 milhão de
mortes relacionadas ao HIV em todo o mundo.
Atualmente, há cerca de 37 milhões de pessoas vivendo com o
vírus, sendo 70% delas na África. Do total, 1,8 milhão
adquiriram a doença em 2017.
Desde o primeiro ciclo de expansão da doença, na década de
1980, todo tipo de desinformação e mitos alimentou o
preconceito e o estigma sobre como é ser contaminado e viver
com o HIV. Estar infectado com esse vírus é a única maneira
de ser diagnosticado com Aids.
No Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado em 1º de
dezembro, desmistificamos algumas dessas afirmações
equivocadas.
1º Mito: É possível contrair o vírus estando perto de
pessoas HIV positivo
Essa informação falsa tem fomentado a discriminação contra
pessoas soropositivas há muito tempo.
E, apesar de todas as campanhas de conscientização, em 2016
cerca de 20% das pessoas no Reino Unido ainda acreditavam
que o HIV podia ser transmitido por contato pele a pele ou
por meio da saliva.
Mas ele não se espalha pelo toque e nem por meio de
lágrimas, suor, saliva ou urina.
Perto de alguém que seja HIV positivo, não é possível que
você seja contaminado ao:
- Respirar em um mesmo ambiente
- Abraçar, beijar ou apertar as mãos
- Dividir itens de alimentação
- Compartilhar uma fonte de água potável
- Usar equipamentos comuns na academia
- Tocar em um assento de vaso sanitário ou uma maçaneta
O HIV é transmitido por meio da troca de fluidos corporais
com indivíduos infectados, como sangue, sêmen, fluido
vaginal e leite materno.
2º Mito: Remédios alternativos podem curar a Aids
Nada verdadeiro. Terapias alternativas, tomar banho depois
do sexo ou transar com uma virgem - elementos que aparecem
no universo da desinformação a respeito do tema - não
surtirão efeito contra o HIV.
O mito da "limpeza virgem", que se espalhou na África
subsaariana, em partes da Índia e da Tailândia, é
particularmente perigoso.
Ele levou ao estupro de meninas muito jovens e, em alguns
relatos, até mesmo de bebês - também colocando-os sob risco
de contrair o HIV.
Acredita-se que o mito tenha raízes na Europa do século 16,
quando as pessoas começaram a contrair sífilis e gonorreia.
A falsa terapia também não funciona para estas doenças.
Quanto a orações e rituais religiosos, embora possam ajudar
as pessoas a lidar com situações difíceis, eles não têm
efeito medicinal sobre o vírus.
3º Mito: Mosquitos podem espalhar o HIV
Embora o vírus do HIV seja transmitido por meio do sangue,
diversos estudos mostram que você não pode contraí-lo ao ser
picado por insetos que se alimentam do sangue humano.
Isso por dois motivos:
1) Quando os insetos mordem, eles não injetam na próxima
vítima o sangue da pessoa ou animal que morderam antes;
2) O HIV vive apenas por um curto período de tempo dentro
deles.
Então, mesmo que você more em uma área com muitos mosquitos
e com alta prevalência de HIV, as duas coisas não estão
relacionadas.
4º Mito: Não se contrai o HIV via sexo oral
É verdade que os riscos de infecção por meio do sexo oral
são menores do que em outras modalidades. A taxa de
transmissão é inferior a quatro casos em 10 mil atos
sexuais.
Mas você pode contrair o vírus fazendo sexo oral com um
homem ou uma mulher que seja HIV positivo - e é por isso que
os profissionais de saúde sempre recomendam o uso de
preservativos.
5º Mito: Não serei contaminado se usar preservativo
Os preservativos podem falhar em evitar a exposição ao HIV
se eles rasgarem, escorregarem ou vazarem durante o ato
sexual.
É por isso que campanhas preventivas bem-sucedidas não são
aquelas que simplesmente levam as pessoas a usarem
camisinhas, mas que as estimulam a fazerem o teste de HIV.
Segundo a OMS, 1 em cada 4 pessoas infectadas não sabe que
tem essa condição – algo em torno de 9,4 milhões de pessoas
–, representando um grande risco de transmissão.
6º Mito: Sem sintomas, sem HIV
Um indivíduo pode viver 10 ou 15 anos com o HIV e não
apresentar sintomas. Após a infecção inicial, soropositivos
podem também experimentar situações semelhantes a gripes,
com febre, dor de cabeça ou garganta, não identificando o
motivo real para estas manifestações fisiológicas.
Outros sintomas podem surgir ainda à medida que a infecção
ataca progressivamente o sistema imunológico: inchaço nos
gânglios linfáticos, perda de peso, febre, diarreia e tosse.
Sem tratamento, o quadro pode avançar ainda para doenças
graves, como tuberculose, meningite criptocócica, infecções
bacterianas e cânceres, como linfomas e sarcoma de Kaposi,
entre outros.
7º Mito: Pessoas com HIV morrerão jovens
Pessoas que sabem ser soropositivas e que aderem ao
tratamento vivem cada vez mais de forma saudável.
A Unaids (programa das Nações Unidas de combate à doença)
diz que 47% de todos os soropositivos têm uma carga
suprimida do vírus - ou seja, com a chamada terapia
antirretroviral, reduzem a quantidade de HIV a um nível que
torna o vírus indetectável em exames de sangue.
Pessoas com supressão da carga viral não transmitem a
doença, mesmo fazendo sexo com pessoas HIV negativas. No
entanto, se interromperem o tratamento, os níveis de HIV
podem se tornar detectáveis novamente.
Segundo a OMS, 21,7 milhões de pessoas vivendo com o HIV
estavam em tratamento antirretroviral em 2017 - contra 8
milhões em 2010 -, o que representa cerca de 78% das pessoas
soropositivas que sabem de seu diagnóstico.
8º Mito: Mães com HIV sempre infectarão os filhos
Não necessariamente. Mães com vírus suprimido podem ter
bebês sem transmiti-lo.
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