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O Alfenense - Américo Passos04/01/2022
 

04/01/2022

 

História da imigração Italiana em Paraguaçu será contada em 27 minidocumentários




Virgílio Borim que foi um grande construtor em Paraguaçu e Elói Mendes e a sua esposa Droziana com os filhos, registro feito em 1927/Foto: Arquivo pessoal Família Borim


 

O Sul de Minas recebeu no final do século XIX e início do século XX diversos imigrantes europeus, em especial os italianos que vieram trabalhar nas lavouras de café na região das cidades de Machado e Paraguaçu.

Esses imigrantes integraram a comunidade onde passaram a viver e contribuíram para o desenvolvimento da região com sua cultura, com o trabalho nas fazendas de café e com a diversificação da economia e da culinária.

Essa história será contada por meio de um projeto completo de valorização da imigração italiana na cidade, por meio de uma parceria entre a prefeitura de Paraguaçu e a AME Cultura. Conforme ressaltou Platinny Paiva, diretor executivo da AME Cultura, haverá a gravação de 27 minidocumentários referentes às 27 famílias identificadas por levantamento histórico realizado e a criação de um site com conteúdo referente à migração, no qual estarão disponíveis fotos e outros documentos relevantes, conforme pesquisa histórica em andamento. A isso, soma-se a inclusão no calendário municipal da cidade de um evento em julho, uma festa italiana, entre outras ações.

 

 

Cristiane Maria Magalhães, historiadora, doutora em história pela Unicamp, diretora técnica da AME Cultura e professora universitária, relata que o objetivo do Projeto “Imigração Italiana em Paraguaçu” é, primeiramente, levantar a história dos imigrantes italianos que foram para o município entre o final do século XIX e início do século XX e que ajudaram a construir o que é hoje a cidade de Paraguaçu.

“Depois, daremos visibilidade aos descentes que ainda vivem no município, tendo em vista diversas ações que vão ressaltar a importância dos italianos na formação histórica, cultural e no desenvolvimento econômico de Paraguaçu”, enfatiza Cristiane Magalhães.

A historiadora conta que Minas Gerais foi o terceiro Estado a receber, em quantidade, imigrantes italianos no Brasil, depois apenas de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Para a região Sul mineira, fluíram centenas de famílias de imigrantes e muitos deles vieram para as cidades de Machado e para o atual município de Paraguaçu, que pertencia, até final do XIX, ao município de Machado.

A pesquisadora Maria Lúcia Prado Costa escreveu que os cafeicultores do município aderiram com entusiasmo ao programa de imigração promovido pelo Governo de Minas Gerais. Por iniciativa do fazendeiro Marcos Souza Dias, o Marcos do Baguary, imigrantes foram trazidos para o município de Machado, o que incluía a atual Paraguaçu no final do século XIX, relata Cristiane Magalhães.

A historiadora ressalta que para Paraguaçu parecem ter ocorrido dois fluxos migratórios intensos de italianos, um a partir de 1896, que coincide com a imigração subvencionada pelo Oeste Paulista; e outro iniciado em 1914, provavelmente por causa da eclosão da Primeira Guerra Mundial na Europa.

Em 1900, uma colônia italiana formada por 150 italianos constituiu-se em Paraguaçu. Virgílio Borim, por exemplo, filho de italianos emigrados e, em meados do século XX, um grande construtor e arquiteto em Paraguaçu nasceu em uma das fazendas da família de Marcos do Baguary, no final do século XIX, relata Cristiane Magalhães.

De acordo com a historiadora, sabe-se que os primeiros colonos italianos que chegaram a Paraguaçu iam para as roças (fazendas) e aceitavam trabalhar pelo sistema de parceria. No entanto, assim que podiam, os italianos trocavam o trabalho na roça por atividades na zona urbana, seja na construção civil ou no comércio.

Cristiane Magalhães conta que “os imigrantes italianos participaram de diversos segmentos econômicos de Paraguaçu como construção civil e comércio, assim como participaram da vida religiosa, dentre outros segmentos. Certamente que a inserção dos italianos nos diversos aspectos da vida social e cultural de Paraguaçu moldou o que foi no passado e o que ainda é o município. Desse modo, acreditamos que a influência foi enorme, mas nunca foi reconhecida”.

Em relação a este tipo de levantamento histórico para conhecermos a formação social da nossa região, a historiadora enfatiza que é muito importante, pois diz respeito às influências que os municípios sul mineiros receberam dos italianos e de como influenciaram e foram influenciados por eles nos aspectos socioculturais, econômicos e religiosos.

Cristiane Magalhães ressalta que o projeto está na fase inicial. “Iniciamos as entrevistas para o documentário com a família Borim e, agora, foi o lançamento do Projeto, que vai se desenvolver mesmo ao longo de 2022”.

“O ‘Projeto Imigração Italiana’ pretende dar visibilidade e difundir essa história, reconhecendo a importância dos italianos para a formação do município”, finaliza Cristiane Magalhães.

 

Vídeo de lançamento:

 


 

 

 

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