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estado de minas | 09/11/2020

09/11/2020

Vacina contra COVID-19 da Pfizer: 'Proteção de 90% é quase inédita', diz médico


Se aprovada, vacina contra o coronavírus será a mais rápida da história. O recorde pertencia ao imunizante contra cachumba, desenvolvido em 4 anos, na década de 1960
 

“É uma explosão de vitórias”, diz o reumatologista Cristiano Zerbini sobre os resultados preliminares dos testes de fase 3 da vacina contra a COVID-19 produzida pela Pfizer em parceria com a empresa alemã BioNTech. À frente do Centro Paulista de Investigação Clínica (Cepic), ele conduz os ensaios clínicos realizados em São Paulo, que envolvem 2.900 participantes. Outros 1.500 voluntários são testados na Bahia, na instituição filantrópica Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).

A primeira conquista foi divulgada na manhã desta segunda-feira (9) pelas gigantes farmacêuticas: a droga experimental demonstrou proteção superior a 90% contra o SARS-CoV-2 (vírus da pandemia). Zerbini classifica o índice de eficácia como praticamente inédito.

“Para se ter uma ideia, a FDA (Food and Drug Administration, órgão que equivale à Anvisa nos Estados Unidos) considera 50% de proteção como um bom índice para uma vacina. Uma droga com esse nível de eficácia já teria potencial para aprovação junto à agência. Esperávamos dessa pesquisa algo em torno de 70% de proteção. Então, 90% é uma surpresa muito agradável”, comemora o pesquisador.

Segundo o cientista, o percentual indica que aqueles que receberam o imunizante produziram quatro vezes mais anticorpos que aqueles que já contraíram o novo coronavírus. “Via de regra, quem é contaminado pela doença produz anticorpos e fica imunizado por um tempo. Os estudos da Pfizer e da BioNTech, porém, mostram que quem tomou a dose experimental desenvolveu muito mais anticorpos que os infectados que se curaram”, explica Zerbini.

O período de duração da imunidade conferida pelo fármaco, no entanto, é uma questão que permanece em aberto. “A ideia é que cada pessoa receba duas doses. Em quanto tempo ela precisará ser reaplicada - ou mesmo se isso será necessário - é um dado que ainda está sob investigação”, afirma o professor

Outra boa notícia é que, conforme as investigações, mesmo quando não foi capaz de evitar o contágio pelo vírus, o produto da Pfizer-BioNTech contribuiu para a amenização dos sintomas da virose. “Os pacientes desenvolveram a doença de forma mais branda, o risco de óbito foi significativamente reduzido”, diz o reumatologista.

Uma vez aprovada pela FDA, a droga deve estar pronta para chegar ao mercado em meados de janeiro. Zerbini conta que a agência deve começar a certificação da eficácia e da segurança do produto na terceira semana deste mês - processo que dura, em média, 60 dias. O pesquisador, contudo, não soube informar em que estágio estão as negociações entre as empresas farmacêuticas e o governo brasileiro.

 



 

 

 

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