G1 sul de minas |
23/06/2021
23/06/2021
Túnel descoberto em prédio em Poços de
Caldas terminaria na agência do Banco do Brasil

A Polícia
Civil já sabe que o túnel descoberto sob um prédio comercial
em Poços de Caldas (MG) tinha como destino a agência
regional do Banco do Brasil. Na manhã desta quarta-feira
(23), com o uso de sondas e outros equipamentos, militares
do Corpo de Bombeiros e funcionários do Departamento
Municipal de Água e Esgoto de Poços de Caldas conseguiram
chegar até o fim da escavação.
"Hoje em continuidade aos trabalhos iniciados desde
segunda-feira, com o apoio fundamental do Corpo de
Bombeiros, nós conseguimos chegar até bem próximo do final
do túnel e ele está chegando realmente até o Banco do
Brasil", disse a delegada Juliane Emiko Hissanaga Quaggio.
Ainda conforme a polícia, o túnel tem cerca de 60 metros e
não 40 metros como se acreditava antes. No final do túnel,
foi encontrada instalada uma câmera de segurança, o que
indica que ele estava sendo monitorado. No entanto, os
criminosos não chegaram a furar nenhuma parte da estrutura
do prédio do Banco do Brasil, o que vai ser investigado
agora pela polícia, para saber o motivo da estrutura ter
sido abandonada.
A polícia também já sabe que este túnel tem relação com um
outro, de 15 metros, encontrado em uma casa abandonada no
início do mês em Poços de Caldas. Ainda conforme a delegada,
pelos materiais que foram deixados para trás pelos
criminosos, tudo indica que a operação foi abandonada às
pressas.
"Os dois túneis que foram localizados têm conexão, ainda nós
estamos investigando quais foram as razões que fizeram eles
pararem com o túnel, mas o que dá para perceber é que eles
abandonaram às pressas o local, porque não fizeram uma
limpeza, deixaram muitas provas para trás, então com certeza
esse túnel foi abandonado às pressas, essa operação foi
abandonada às pressas", disse a delegada.
O engenheiro Ronald Savoi, especialista em fundações,
analisou as imagens gravadas no túnel e acredita que ele
tenha sido escavado com o auxílio de profissionais que
estudaram a região.
"Equipe especializada em escavação subterrânea. A gente vê
claramente pelas imagens, fotos que a gente teve acesso, a
limpeza, a organização, o escoramento da própria escavação,
iluminação, então é gente especializada nisso. Se não é
feito um estudo minucioso do local com as interferências da
infraestrutura, por exemplo onde estão passando as
tubulações, as fundações, a espessura dos pisos,
sobrecargas, etc, há riscos de afundamentos e até colapsos,
então nesse caso eles tiveram alguma informação das
edificações no entorno, fizeram um estudo preliminar para se
iniciar todo esse processo e obviamente trabalhar em uma
situação de menos risco", explicou o engenheiro.
O engenheiro explica ainda porque uma obra como essa e toda
a movimentação no prédio não chamaram a atenção.
"É um trabalho que a gente chama de formiguinha, sem pressa,
sem nenhum impacto que alerte a vizinhança, sem barulho,
escavação de pequeno porte, muito provavelmente o material
sendo retirado de forma homeopática em pequenos sacos, em
veículos normais, para que todo o entorno não fosse alertado
para o processo", concluiu o engenheiro.
O próximo passo agora, conforme a polícia, é levantar quem
são os autores e os motivos que levaram eles a abandonarem a
ação.
"Primeiro passo era delimitar qual era o alvo. Sem a gente
saber quem era a vítima fica difícil fazer a investigação,
agora a gente sabe qual era o alvo, os investimentos que
foram feitos e agora o próximo passo é fazer o levantamento
e a identificação dos autores. Foi feito um investimento
muito grande para execução desse crime, mas ele foi
interrompido, agora a gente tem que descobrir os motivos
pelos quais eles pararam a ação", concluiu a delegada.
O TÚNEL
O túnel de pelo menos 40 metros foi descoberto por um
oficial de Justiça que esteve no local para cumprir uma ação
de despejo. Como ninguém foi encontrado, a polícia foi
chamada e as portas arrombadas. Em um dos cômodos, no fundo
do prédio, atrás de uma porta trancada, o túnel foi
descoberto.
Conforme a polícia, o imóvel estava alugado para uma mulher
de Curitiba (PR) desde o ano passado, que disse que abriria
uma loja de roupas no local. O aluguel era de R$ 24 mil
mensais e ela chegou a pagar um total de R$ 200 mil pelo
tempo em que o imóvel permaneceu alugado. No entanto, há
seis meses o aluguel não era pago, o que gerou a ação de
despejo.
Foram encontradas quatro câmeras que foram instaladas para
monitorar o local. Também foi localizada a Central das
Câmeras, que ainda estavam ligadas. Sacos de terra, caixas
de papelão e até um armário com itens de cozinha também
foram encontrados
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