27/08/2019
Asma atinge quase 1 milhão em Minas;
pacientes ignoram riscos, alertam médicos
Dificuldade extrema para respirar levou à internação por
asma de 3.427 mineiros em apenas cinco meses. A média é de
23 pessoas buscando socorro em hospitais por dia, ou
praticamente uma por hora. Médicos reforçam os riscos da
doença que, muitas vezes, são subestimados pelos próprios
pacientes.
O alerta contra a enfermidade crônica que pode levar a óbito
é intensificado após a morte da escritora, roteirista e
apresentadora Fernanda Young, de 49 anos. No domingo, a
atriz teve uma crise de asma seguida de parada cardíaca. Ela
estava no sítio da família em Gonçalves, no Sul de Minas,
quando passou mal.
Ex-presidente da Associação Brasileira de Alergia e
Imunologia, Norma de Paula Motta Rubini afirma que os casos
mais graves acontecem devido aos sintomas ignorados.
“Geralmente, os principais, como tosses secas e falta de
fôlego, aparecem na infância, por o sistema imunológico
ainda estar se desenvolvendo. Contudo, isso não significa
que senti-los seja algo natural da vida”, alerta.
Apesar de o tratamento adequado garantir a qualidade de
vida, quem tem a doença muitas vezes não segue à risca as
recomendações. A mais recente Pesquisa de Saúde do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2016,
mostra que quase 1 milhão de mineiros tem asma, mas só
metade usa a medicação regularmente.
Em muitos casos, a pessoa começa o tratamento corretamente,
mas, a partir do momento em que sente uma melhora, toma os
remédios apenas quando tem uma nova crise asmática. Sem o
controle, o quadro do paciente tende a piorar, passando de
leve a moderado ou grave.
Comportamentos
Maus hábitos e causas externas também podem provocar a
enfermidade. “Tabagismo, poluição ambiental e vírus são
alguns dos causadores. A falta de atividade física e a
obesidade, assim como em outras doenças crônicas como o
diabetes e a hipertensão, também são motivos de alerta”,
explica o professor da UFMG Cássio da Cunha Ibiapina,
especialista em pneumologia. “Não tem cura, o que significa
que deve ser acompanhada a vida inteira”, reforça.
Como forma de prevenção, os médicos indicam uma dieta à base
de frutas, vegetais e carnes magras, além de se evitar o
sedentarismo.
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Fonte: Estado de Minas
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