27/08/2019
Vinho tinto ajuda no combate às bactérias da
boca, diz estudo
Depois de mostrar os ganhos ao coração e ao intestino
gerados pelo consumo do vinho (Leia para saber mais),
cientistas revelam que uma das bebidas mais populares do
mundo também pode beneficiar a saúde bucal. Por meio de
experimentos em laboratório, pesquisadores espanhóis
observaram que os polifenóis — substâncias antioxidantes
presentes na uva, no chocolate, no azeite e em alguns
vegetais — podem combater bactérias que provocam cáries e
danos às gengivas. Os achados foram publicados na revista
americana Journal of Agricultural and Food Chems e poderão
ajudar na criação de produtos de higiene oral mais
eficientes.
Os benefícios gerados pelo consumo de polifenóis foram
atribuídos ao fato de que esses compostos são antioxidantes
— evitam o envelhecimento e previnem doenças. Mas trabalhos
científicos recentes indicam que a substância também pode
promover a saúde ao interagir ativamente com bactérias no
intestino. Com base nesse mecanismo, os pesquisadores
espanhóis analisaram o polifenol de uvas usadas na produção
de vinho para identificar se ele tinha capacidade de
proteger dentes e gengivas, como isso ocorreria em nível
molecular e o que aconteceria se o composto fosse utilizado
em conjunto com probióticos.
“Nós estudamos suas propriedades como terapia para prevenção
periodontal e cariogênica, bem como a ação combinada entre
polifenóis de vinho e cepas probióticas orais na gestão de
doenças bucais derivadas de micróbios”, complementa Victoria
Moreno-Arribas, pesquisadora do Instituto de Investigação e
Ciências da Alimentação (CIAL), em Madrid, e principal
autora do estudo científico.
No experimento, a equipe analisou dois polifenóis do vinho
tinto — os ácidos cafeico e o p-coumarico —, extratos de uva
e extratos de vinho tinto comercialmente disponíveis. Todos
os produtos foram testados em modelos de laboratório feitos
com tecidos de gengiva, e analisou-se a ação de bactérias
que prejudicam os dentes e as gengivas, causando problemas
como placa dentária, lesões e doenças periodontais
(infecções gengivais). “Testamos concentrações que,
normalmente, são encontradas no vinho, 50 a 10 micrograma
por mililitro, e descobrimos que esses dois polifenóis eram,
geralmente, melhores em proteção bucal quando comparados às
outras amostras, como o extrato de vinho”, destaca a autora.
Na segunda etapa da pesquisa, os cientistas combinaram os
polifenóis estudados no experimento anterior com o
Streptococcus dentisani, micro-organismo que a equipe
acredita funcionar como um probiótico, ou seja, trabalha em
benefício do intestino. A mistura rendeu resultados ainda
mais positivos: os polifenóis se mostraram mais eficientes
no combate a bactérias maléficas aos dentes.
Segundo Victoria Moreno-Arribas, ainda não é possível
decifrar exatamente o que provoca os efeitos protetivos dos
polifenóis presentes no vinho para a saúde bucal, mas ela e
a equipe identificaram alguns pontos que ajudam a entender
melhor os resultados obtidos. “Nossos dados também mostraram
que os metabolitos formados quando a digestão dos polifenóis
começa na boca podem ser os responsáveis por alguns desses
efeitos protetivos aos dentes”, diz.
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Fonte: Estado de Minas - Saúde Plena
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