Operação da Polícia Civil batizada de
“Aliado”, mudou a rotina de Três Pontas nesta quinta-feira
(30). O forte aparato chamou a atenção dos moradores e o
movimento das equipes logo as 6:00 da manhã despertou
muitos moradores. Foram 200 policiais civis (das regionais
de Varginha, Campo Belo, Três Corações e também de
Lavras), 24 policiais militares, que cumpriram 43 mandados
de prisão, 48 de busca e apreensão em toda a cidade,
utilizando armamento pesado, cães farejadores e a aeronave
“Carcará” da Polícia Civil. Ao todo 41 pessoas foram
presas. Drogas, aparelhos celulares, materiais utilizados
para embalar os entorpecentes, comprovantes de depósitos
bancários, dinheiro e veículos foram apreendidos.
Os alvos da polícia foram os integrantes de duas
quadrilhas responsáveis pelo comando do tráfico na cidade.
De acordo com o delegado responsável do caso, Dr. Andrey
Michel Alves Leite, as investigações começaram há dois
anos e neste período, vários desses suspeitos já haviam
sido presos e quase 30 quilos de drogas foram apreendidas.
Uma psicóloga está entre os presos. Segundo a Polícia
Civil, ela é suspeita de chefiar uma das quadrilhas de
tráfico na cidade.
A psicóloga trabalhou na prefeitura e é responsável pelo
processo seletivo de uma grande empresa na cidade.
"Ela gerenciava uma célula que era vinculada a essa
principal, do bairro Padre Vitor. Ela usava da sua
influência, ela tem acesso a vários órgãos públicos,
trabalha já no meio com pessoas usuárias de drogas",
explicou o investigador Gustavo Felipe Domingos.
Ela negou ligação com o tráfico."Ninguém tem envolvimento
com nada. Só está acontecendo isso por causa do meu
ex-namorado", justificou a psicóloga.
Mais presos
O namorado da psicóloga também foi preso. Em outras casas,
no bairro Padro Vitor, mais pessoas foram detidas. Uma
delas é a mãe de um dos comandantes das quadrilhas,
segundo a polícia.
Com as prisões, a polícia quer apurar onde os envolvidos
aplicavam o dinheiro do tráfico. Um dos suspeitos teria
investido quase R$ 400 mil na construção de uma casa
Laranjas
Também há suspeitas de que comerciantes da cidade ajudavam
na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. O dono de uma
lanchonete está entre os presos.
"Esses comerciantes foram presos em virtude de lavagem de
dinheiro. São laranjas, usam o estabelecimento pra poder
lavar o dinheiro do tráfico", contou o investigador
Gustavo.
As investigações começaram há dois anos. Foram expedidos
43 mandados de prisão e 48 de busca e apreensão. A
operação teve apoio de 200 policiais e, segundo a polícia,
foi uma das maiores já realizadas na cidade.
"Essa operação e as outras que têm sido feitas aqui no Sul
de Minas têm gerado um efeito super positivo. Hoje foram
presas 41 pessoas que fazem parte de uma verdadeira
organização criminosa", explicou o chefe do departamento
da Polícia Civil, Pedro Paulo Marques.