31/10/2018
Produtores buscam qualidade no café para
garantir renda e futuro na agricultura
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A busca pela qualidade para combater a desvalorização e
garantir o futuro na cultura do café. É essa a saída e
também o principal desafio que diversos produtores têm
encontrado não só na hora de vender, mas também quando
começam a planejar a produção, a colheita e o processo de
pós-colheita da safra.
Essa busca tem impulsionado o mercado e, de acordo com dados
do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé),
foram mais de 3 milhões de sacas exportadas somente em 2018,
solidificando o país não só como produtor de café
tradicional, torrado ou moído, mas também de grãos finos.
Mas o que caracteriza um café especial? Segundo a Associação
Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), são os "grãos isentos
de impurezas e defeitos que possuem atributos sensoriais
diferenciados". Essa isenção, permite à bebida ter um sabor
mais limpo e equilibrado, com nuances mais sensíveis. Com
isso, o café pode pontuar acima de 80 pontos em testes com
especialistas, garantindo o direito de ser chamado de
especial.
E é exatamente essa pontuação alta o foco do produtor Cézar
Rennó Moreira, de Santa Rita do Sapucaí (MG). Após mudar a
cultura desenvolvida na fazenda, o café tem ganhado
qualidade, o que o levou a um terceiro lugar em um concurso
de café realizado em Carmo de Minas (MG) há duas semanas.
A mudança foi realizada há pouco mais de uma década, quando
o grão sofreu com a desvalorização e o custo de produção se
tornou um desafio. A solução? Agregar valor para aumentar o
ganho nas vendas. Hoje a fazenda produz cerca de 500 sacas
de café diferenciado, mas a meta é alcançar até 3 mil sacas.
Para agregar qualidade, além do processo de produção e
colheita, são utilizadas técnicas também no pós-colheitas,
como a fermentação e 'honey', que garantem mais sabor aos
grãos.
Valor de mercado
A valorização da saca torna o café muito mais lucrativo para
o produtor. Enquanto a saca média de café tipo 6, bebida
dura, fechou avaliada em R$ 424,00 nesta terça-feira
(segundo números do Centro de Comércio do Café do Estado de
Minas Gerais (CCCMG)), uma saca diferenciada não tem
limites.
No concurso citado acima, por exemplo, os finalistas tiveram
preço médio de R$ 2 mil a saca, mas houve lotes saindo por
valores bem superiores. Cezar Rennó Moreira, por exemplo,
vendeu seu lote a R$ 2.241,68 por saca. Martins vendeu por
R$ 3.287,80. Já o vencedor do concurso, um produtor de São
Gonçalo do Sapucaí (MG), teve as sacas arrematadas por R$
8.219,49.
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