tpower via |
14/11/2023
Saiba como o calor excessivo altera metabolismo do corpo
tpower.com.br
- @portaltpower
As mudanças bruscas de
temperatura verificadas nos últimos dias no país alteram
muito o metabolismo do corpo humano. O calor excessivo pode
levar à desidratação e provocar queimaduras solares, se a
pessoa estiver sem proteção, alertou nesta segunda-feira
(13) a médica Marcela Benez, coordenadora do Departamento de
Cirurgia e Oncologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia
do Rio de Janeiro (SBD-RJ).
As queimaduras podem ocorrer em quem está exposto
diretamente ao sol na face e onde a roupa não cobre. “É
importante sempre fazer uso de filtro solar antes de sair de
casa, usar roupas mais frescas e fazer reposição de água e
outros meios de hidratação ao longo do dia”, disse Marcela,
em entrevista à Agência Brasil.
Sobre o câncer de pele, a médica explicou que ele aparece
com o acúmulo de fotoexposição ao longo da vida e devido a
queimaduras solares. Segundo Marcela, a queimadura feita na
infância vai gerando alteração no DNA da célula, e isso vai
se acumulando ao longo da vida. "É uma exposição mais
prolongada. Não é de imediato, mas várias exposições podem
ser fator de risco.” Com a exposição prolongada ao sol, o
câncer de pele pode começar a surgir no adulto jovem e na
pessoa idosa. “Tem pessoas com 30 e poucos anos e até com 20
e poucos anos com câncer de pele, resultado de grande
exposição ao sol desde crianças. A queimadura solar que faz
eritemas e bolhas na pele vai gerando isso no futuro, na
idade mais adulta.”
Algumas doenças podem ser agravadas pelas temperaturas
elevadas, especialmente as fotossensibilizantes, como lúpus
e a dermatomiosite, que são autoimunes. “São agravadas
diretamente pelo sol e pelo calor”. Também a dermatite
atópica (doença crônica e hereditária que causa inflamação
da pele, levando ao aparecimento de lesões e coceira) pode
ficar um pouco descontrolada.
SIGA o Instagram @portaltpower,
clique aqui
Link
para nossa página no Facebook e
no cabeçalho desta página
A
dermatologista recomendou que as pessoas, diante dessas
temperaturas elevadas, façam a fotoproteção, que inclui o
uso de chapéus, barracas na praia e piscina, roupas com
fator UV de proteção, além do filtro solar, que deve ser
passado na pele ainda em casa, antes da exposição ao sol, e
reaplicado, em média, duas ou três horas depois, que é o
tempo de duração na pele. “Com o suor, ou quando a pessoa se
molha na piscina ou na praia, o protetor deve ser
reaplicado.”
Botando para fora
A endocrinologista Ana Cristina Belsito, do Hospital São
Vicente de Paulo e membro da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia, enfatizou que, nos casos de
calor excessivo, é preciso botar para fora o calor. "A
sudorese aumenta nesse período, a pessoa começa a suar mais,
e o sódio tende a cair. Os níveis tensionais [níveis de
pressão arterial] também caem com isso”, disse Ana Cristina
à Agência Brasil.
Outra coisa importante é a possibilidade de deterioração dos
alimentos. “Muitas vezes, a conservação dos alimentos não é
tão bem-feita nos locais onde se fazem refeições, e isso
aumenta o risco de infecções intestinais, como diarreia, que
fazem com que as pessoas tenham outros problemas de
desidratação.”
Além disso, Ana Cristina reiterou a necessidade de tomar
cuidado com as roupas. “As vestimentas têm de ser mais
frescas, para eliminar calor, porque nosso organismo fica
muito aquecido. E as comidas têm que ser leves, frescas.
Importante a hidratação e a proteção solar também, contra a
radiação ultravioleta intensa e queimadura de pele.”
A médica reforçou que as pessoas devem se hidratar bem nesse
período de calor excessivo e evitar se expor nos horários de
pico, desempenhando suas atividades em horários de
temperatura mais amena. "Os sinais que a falta de água no
organismo pode gerar incluem prostração, desidratação, dor
de cabeça [cefaleia], boca seca, desorientação. “São sinais
que alertam que o organismo não está bem.”
Os hipertensas, que costumam usar diuréticos com frequência,
devem ficar atentos. O excesso de medicação, quando a pessoa
é submetida a uma carga maior de temperatura, faz com que
ela perca água. Com essa perda, pode haver um desequilíbrio
hidroeletrolítico e, junto com a sudorese, isso pode fazer
com que a pressão caia muito, mais do que o normal. Ana
Cristina alertou que esse quadro pode levar à desorientação,
desidratação e prostração, além de gerar alterações renais
devido ao menor aporte de água. A desorientação é o sintoma
mais frequente.
Caso a pessoa tenha esses sintomas, a recomendação é
procurar um serviço de emergência, pronto atendimento, para
fazer os exames necessários como sódio, potássio, ureia,
creatinina, hemograma. Se necessário for, deve ainda medir a
pressão. Feitos os exames de urgência, o indivíduo é
encaminhado ao médico especializado na área do problema que
estiver apresentando.
Doenças cardiovasculares
O coordenador assistencial do Instituto Nacional de
Cardiologia (INC), Alexandre Rouge, ressaltou que, quando se
fala de aumento da temperatura, é preciso entender duas
coisas: uma é o aquecimento global, que, no longo prazo,
pode estar relacionado ao aumento progressivo das doenças
cardiovasculares. Já há, inclusive, um estudo da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrando isso, disse Rouge.
Nos meses mais quentes do ano, o aumento da temperatura,
somado à redução da umidade do ar, também aumenta os eventos
cardiovasculares. “Para tentar compensar o calor, a gente
dilata os vasos e, fazendo isso, tem quedas de pressão e
aumento de frequência cardíaca, o que favorece o consumo do
coração. Aumenta-se o consumo do coração por oxigênio, e
isso pode levar à instabilidade de uma doença que esteja ali
quietinha”, destacou.
Rouge lembrou que a pessoa sua mais e, aí, acaba se
desidratando e perdendo os eletrólitos do sangue (sódio,
potássio), tem menos volume de sangue no organismo, o que
também facilita a queda de pressão e o aparecimento de
eventos cardiovasculares. “O suor e a queda desses sais
favorecem o aparecimento de arritmias, principalmente nos
idosos. Então, o aumento da temperatura favorece tanto
eventos isquêmicos do coração, que são as anginas e
infartos, como eventos de arritmia.”
Hidratação o tempo todo é o principal cuidado para evitar
problemas cardíacos nos períodos de altas temperaturas. Se
possível, a pessoa deve andar com uma garrafinha de água,
para não se esquecer da hidratação e evitar atividades
físicas nos momentos de maior calor. “Não é para parar a
atividade física, porque isso também seria ruim, mas não
fazer nos horários de pico de calor.” Quando estiver em
áreas expostas ao sol, a pessoa deve buscar sempre um local
mais fresco, ao longo do dia, se possível, ambientes
refrigerados, como dar uma passada em uma galeria ou
shopping center onde possa passar algumas horas em ambiente
mais refrigerado, fugindo da onda de calor, acrescentou o
cardiologista.
De acordo Rouge, do ponto de vista do coração, a pessoa
precisa estar sempre alerta – como deve ser durante todo o
ano – para sintomas como dor no peito, desmaios,
palpitações. Não há, porém, nenhuma recomendação de exame
extra a ser feito. “Só estar atento aos sintomas.” E
procurar o médico, se os sintomas persistirem, a orientação
é procurar o médico.
__________________________________
Mais
notícias:
No site tpower
|
No Facebook
Anuncie
no tpower
-
Informe
um erro
|