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tpower | 10/09/2020

10/09/2020

Setembro Amarelo: mitos e verdades sobre o suicídio

Por: Flávia Santos - Psicóloga


O suicídio é um comportamento com determinantes multifatoriais e resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais. Dessa forma, deve ser considerado como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. O suicídio é a consequência final de um processo.

Diversos fatores podem impedir a detecção precoce e, consequentemente, a prevenção do suicídio. O estigma e tabu relacionados ao assunto são aspectos importantes. Durante séculos de nossa história, por razões religiosas, morais e culturais, o suicídio foi considerado um grande “pecado”. Essa é alguma das razões do tema não ser discutido abertamente e também pela falta de conhecimento sobre esse comportamento.


Alguns mitos e verdades:

MITO: O suicídio é uma decisão individual, já que cada tem plena consciência e livre arbítrio.

VERDADE: A pessoa está passando, quase invariavelmente, por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em suas escolhas.

MITO: Quando a pessoa tenta suicídio uma vez, tentará sempre ao longo da vida.

VERDADE: O risco de suicídio pode ser eficazmente tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em risco.

MITO: As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção.

VERDADE: A maioria das pessoas que cometeram o suicídio falaram ou deram sinais de sua intenção dias ou semanas antes de cometer o ato.

MITO: Não devemos falar sobre suicídio, isso pode influenciar e aumentar o risco.

VERDADE: Falar sobre suicídio pode diminuir a tensão e a angústia de quem pretende cometer esse ato.

MITO: É proibido que a mídia aborde o tema.

VERDADE: A mídia tem responsabilidade social de abordar o assunto de forma adequada. Isso não aumenta o risco de uma pessoa se matar, ao contrário, é fundamental informar a população sobre o tema, onde buscar ajuda etc.

O Brasil, em 2012, ocupou a oitava posição em números absolutos de suicídios. Foram registradas 11.821 mortes, cerca de 30 por dia, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres. Entre 2000 a 2012, houve um aumento de 10,4% de casos de mortes no geral por suicídio e um aumento de mais 30% entre os jovens. Esse número pode variar porque pode haver uma subnotificação de casos.

É importante relatar que muitos não aspiravam morrer, apenas queriam sair do sofrimento, acabar com a dor, fugir de algum problema. Se for dado oportunamente o apoio emocional e o tratamento adequado, encontrará outros meios de lidar com o sofrimento mental.

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